segunda-feira, novembro 05, 2007

שמע ישראל 'הוה אלוהינו 'הוה אחד





Mi herencia

Para mis amigos Nathan y Jacqueline Wachtel


A mi sólo me quedan recuerdos,
Memoria a donde me acerco,
Tesoros que son mi herencia,
Guardados con mucho cariño.

Punzante baño en los muertos,
Mortajas de blanco lino,
Piedras dejadas en las tumbas
A la orilla de mi camino.

Los salmos de protección a la vida
Y la oración de la primera luna nueva
Para curar mis heridas.

Y en el crepúsculo de viernes,
Las luminosas velas del sábado
Ocasionan mi alegria primera.

Odmar Braga.

domingo, outubro 07, 2007

Uma noite memorável em Paris


Encontro entre o Poeta Odmar Braga,a Profª Anita Novinsky e a Cineasta Elaine Eiger.

“ Coisas estranhas ,imprevisíveis e enigmáticas acontecem. Um jantar em Paris transformou-se numa noite memorável. Memorável por quê? Porque reuniu um grupo de marranos brasileiros,residentes no sertão do nordeste brasileiro em um jantar oferecido por Nathan Wachtel,professor do College de France.

Judeus praticantes ortodoxos que falam hebraico,artistas,poetas,alunos bolsistas em Paris,preparando teses sobre os judeus cristãos - novos no Brasil. Todos descendentes dos cristãos - novos que foram perseguidos pela Inquisição,durante toda a noite conversavam sobre o marranismo no Brasil,assunto hoje estudado pelo professor Wachtel,sendo matéria do curso que administra no Collège de France. Vários idiomas foram falados nesse jantar:francês,inglês,português,italiano,hebraico e ídiche.

Uma nordestina presente fez naquela semana em Paris (Maison de L’Amerique Latine) uma exposição de seus quadros inspirados na Bíblia denominada “Escudos de Israel”. Acompanham as obras os versos de dois poetas,Virgílio Maia(residente em Fortaleza) e Odmar Braga(de Recife). Centenas de pessoas se agruparam para ver a exposição denominada “Arte Marrana no Sertão”,que espero seja brevemente apresentada em São Paulo.

Revive a cultura marrana do sertão e vive o judaísmo. Dezenas de alunos compareceram todas as semanas ao curso do professor Wachtel para ouvir falar sobre os cristãos – novos do Brasil. Revivendo – se o passado sefaradi avivando – se a memória e segue-se o sagrado preceito de “nunca esquecer”!

Em uma noite memorável em Paris,renasce das cinzas do passado uma nova geração de brasileiros que lembram suas raízes. A Inquisição quis a extinção não só dos cristãos – novos,mas de todo o povo judeu. Os brasileiros do sertão não dão a Torquemada essa vitória póstuma.”

Profª. Anita Novinsky

terça-feira, outubro 31, 2006

A Poetisa Israeli Matilda Kóen - Sarano de Jerusalém/Israel. Representante da Poesia ladina.



La djoya

En una butika skura,
Topí yo una djoya klara.
La su perla k'es muy pura,
Supo avlarm'al korasón.

Ma tú saves de ken era
La su piedra de Granada
Ke en la plata st'apegada
I ke troka de kolor?

Era de una prenseza?
A una dam' apartenía,
Ke pue'ser era djudía
I mas nunka no tornó.

Akel dí' en el merkado,
Una boz me disho: "Aspera,
No me deshes ke me muera,
Irme kero yo kon ti".

I agora yo la tengo,
Sovr'el pecho enkolgada
Día i noche mi pensada
Sta tornand'a Salonik.

Matilda Koén-Sarano – Yerushaláyim.


Encontro entre os poetas Jefferson Linconn,Meca Moreno e Zenóbio Araújo.

Martelo à beira mar

I

Eu cantando aqui em Pernambuco
É como se estivesse em Judá
Muito antes do dia clarear
Me recordo de toda a Palestina
E minha alma de marrano imagina
O quanto ainda tenho que viajar
Por toda a cantoria popular
Que me fale do Bendito e do profano
Me sinto em pessach rasgando os oceanos
Num hebraico com martelo à beira mar.

II

Tão igual ao fogo do Vesúvio
Devastando plenamente a Pompéia
Se infiltrando também na Galiléia
Face à face aos Reis mais soberanos.
Até hoje me pergunto até quando
Vamos ter que esconder a Mezuzah
Vivendo e deixando de beijar
A estrela mais bela do Oriente
Sibilando vou fazendo o meu repente
Sefarad num martelo à beira mar.

III

Com o espírito insuflado pelo ar
De D-us soprado nas narinas
Isso feito por concepção divina
Impressa no meu DNA
Numa forma sábia de lembrar
Às futuras e as próximas gerações
Que ainda nós guardamos as Tradições
Recebidas pelos nossos ancestrais
Viver sempre as imagens dos meus pais
Num cabalístico martelo à beira mar.

IV

Shalom para todo este planeta
Peço eu nessa minha oração
Que os espíritos de Isaac e de Abraão
No momento possam estarem me ouvindo
E que Jacó no seu gesto vespertino
Abra as portas do Shabat para nós
Louvarei ao Senhor em alta voz
Com a reza extraída da Torah
Contemplando o girar dos girassóis
Num Talmúdico martelo à beira mar.

V

Digo isso e não me falha a memória
Israel sempre esteve com a razão
Até mesmo quando andou na contramão
O Et-rno só testava a sua fé
Separando quem não era de quem é
Por seu povo fiel e verdadeiro
Prometeu abençoar ao mundo inteiro
Ao seu povo também o expiar
Suspirando a viola e o violeiro
Num ladino martelo à beira mar.

VI

Minha alma não se farta de lembrar
Das Leis que não devo esquecer
Completando meu desejo de viver
Uma vida de real realidade
Seja hoje ou nos tempos de idade
Essa busca é o desejo de meu ser
Por isso necessário se faz ver
Da galut o nosso povo retornar
Com o Repentista fazendo um improviso
Lua nova num martelo à beira mar.

Zenóbio Araújo
Poeta pernambucano.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

O médico Luciano Oliveira da Paraíba indicando a letra hebraica Shin no frontispício do velho oratório que por gerações pertence a sua família.





Encontro entre o Poeta Odmar Braga e o Escritor e jornalista Marrano Hélio Daniel Cordeiro.

terça-feira, novembro 22, 2005

Meu filho Obadia Baruch em seus primeiros passos no derech avoteinu.








Meu filho Obadia Baruch em companhia do Rav Ioseph Sebag de jerusalem.


Kotel

A carta de Ramban
Rabi Moshe ben Na`haman
(1195 – 1270)

Carta enderaçada por Rabi Moshé Ben Nah’man (Ramban) a seu filho, para fortifica-lhe a visão de humildade. O autor aconselha seu filho a reler esta carta todas as semanas e ensiná-lo a seus filhos, para assim se acostumarem, desde tenra idade, a temer a D’us.
Ramban lhe assegura que no dia ler esta carta, todos os seus pedidos serão atendidos.
“Escuta, meu filho, as lições de teu pai e não rejeites o ensino de tua mãe”.
Acostuma-te a dirigir-te a qualquer pessoa, sempre calmamente. Assim fugirás da ira, defeito grave que conduz ao pecado. Nossos sábios nos disseram: “Afasta a cólera de teu coração e dissipa todo mal de tua pessoa”.

Quando tiveres dissipado a cólera de teu coração, deverás cultivar a humildade que é a melhor de todas as virtudes, como está escrito: “A humildade conduz à crença em D’us. Porque sendo humilde, te interrogarás sem cessar sobre tua origem, sobre teu caminho e terás consciência da fragilidade de tua vida e, também, após a morte. Te lembrarás que após a vida terrestre, deverás prestar contas diante do Rei dos reis, Bendito seja ele...

Assim que meditares sobre estas verdades, temerás teu Criador e serás protegido de erros. Graças a estas virtudes, aceitarás e serás feliz com teu destino.

A humildade te ensinará a respeitar todas as pessoas, a considerá-las, a afastar-te do erro. A Graça Divina habitará em ti e Seu Esplendor te acompanhará através do mundo vindouro.

E agora, meu filho, saiba e reflita que aquele que sente orgulho em seu coração sobre seus semelhantes, está se rebelando contra o Rei Divino, pois se vangloria com as vestes do Rei, conforme está escrito no Salmo: D’us é Rei, Sua veste é a Majestadade”.

De que o homem poderia orgulhar-se?
-Da riqueza? É D’us que herda e enriquece.
-Da honra? “A honra pertence a D’us”, conforme está escrito: “A riqueza e a honra estão diante de ti”.
E como irás orgulhar-te com a honra do teu Criador?
-Da sabedoria dele? Ele, bendito seja, retira a palavra dos fiéis e apreende o conhecimento dos sábios.

Assim, tudo é igual perante o Senhor. Na sua fúria ele rebaixa os orgulhosos e conforme Sua Vontade, eleva os humildes. Assim sendo, rebaixa-te e D’us te elevará.

Por isso eu te explicarei como conduzir-te na virtude da humildade:

Expressa-te sempre calmamente, a cabeça encurvada, teus olhos fixando a terra e teu coração para o céu. Abaixa teu olhar perante teu interlocutor e considera todo homem como teu superior: se for um sábio ou um rico, tu deverás respeitá-lo. Se ele for pobre e tu mais rico ou mais sábio que ele, pensa em teu coração que ele é mais inocente e tu mais culpado. Se ele peca é por inocência, enquanto que tu pecas propositalmente.

Em todas as circunstâncias, em todas as tuas palavras, ações e pensamentos, pensa que estás diante do Todo Poderoso e Sua Graça Divina sobre ti, pois Sua Glória preenche o mundo.

Exprime-te com temor e respeito, como o escravo perante seu mestre. Envergonha-te de qualquer homem. Se uma pessoa interpelar, não respondas em voz alta, mas calmamente como quem está diante de seu mestre.
Estuda sempre a torá visando cumprí-la. Ao deixar livro, procura no estudo aquilo que possas aplicar imediatamente. Examina teus atos de manhã e à noite e todos os dias da tua vida serão de introspecção. Afasta de ti todas as preocupações mundanas no momento da prece. Prepara teu coração diante do Criador e purifica teus pensamentos. Pensa nas palavras antes de pronunciá-las.

Este será teu comportamento todos os dias da tua vida e não pecarás. Assim, tuas palavras, teus atos e teus pensamentos serão corretos. Tua prece será pura, bem dirigida e aceita perante o rei, Bendito Seja Ele, conforme está escrito:

“Tu prepararás seus corações, Tu os escuta”.

Lê esta carta uma vez por semana, nunca menos, afim de cumprí-las e andar na caminho do Todo Poderoso.
Assim, triunfarás em todos os teus caminhos e serás merecedor do mundo vindouro reservado aos justos.
Todos os dias que leres esta carta, tua prece será atendida pelos Céus quando pedires por algo, para sempre. Amém.

Yeshivah Or Israel / SP

Cantiga

Ao Poeta Marrano
Manoel Moura Filho.

Cantiga,Aboio e lamento,
a minha judaica canção
é um Salmo entremeado
com xaxado,xote e baião.

É viola gorjeando acordes
no mais esquecido sertão,
Poema que canta o que sofre
sem deixar cair o pendão.

Dor remota que goteja,
Alegria que não se estanca,
Alento em flor,louvação.

Deserto a gemer min ’alma,
Por beber de loas amargas,
Estrela do Oriente meu coração.

Do livro Lembranças de Odmar Braga
Poeta Pernambucano .

Kidush com cachaça

Tão perto do azul do céu,
Tão longe do azul do mar.
Ao D-us Alto com sua Graça,
Lecha´Dodi Licrat Calah.

Hei de assentar a mesa posta
e o mais belo Salmo louvar,
Num compasso bem saudoso
reacender meu alegrar.

Com rapadura e tapioca,
Com cuscuz de mandioca,
Com o aboiar do meu rezar.

Transbordando minha taça,
Num kidush com cachaça,
O repartir do pão chaláh.

Do livro Lembranças de Odmar Braga
Poeta Pernambucano .


Adoos

Exposição Art Marrane dans le Sertão - Paris/França-2003.


Os Poetas Odmar Braga,Virgílio Maia e a Ceramista Côca Torquato.

segunda-feira, novembro 21, 2005

Lançamento da 2ª edição do Livro Lembranças



O Poeta Odmar Braga no lançamento da 2ª edição de seu livro Lembranças
de Poemas marranos,no Clube a Hebraica de São Paulo em maio de 2005.

A Poeta Ozineide B.Pinheiro Braga




Preguntas

Hodu l`Ad-nai ke és bueno
i piadoso su perdonar.

¿Salió Avraham de Padam Haram?
En Aliah.

¿Kon virtud i ermosura?
Chaié Sarah.

¿Por Isaac yoraran los Ángeles?
En su Shoah.

¿Moshé enkontóse en Midian?
Kon Tsiporah.

¿Moshé resivrió en el Sinai?
Santa Torah.

¿Eliahu suvrió a los cielos?
En la Merkabah.

¿Salvó reyna Esther a los djudios?
En Purim de Adar.

¿Yoró el puevlo djudio ?
En Kotel de Moriah.

¿Enkantóse David kon la ermosura?
De Betsabah.

¿Cuales son las yaves de los cielos?
HaZemirot.

¿Resplandesió Yerushalaim en Santidad?
I en vedrad.

¿El kamino de mustros padres?
Él talmud Torah.

¿La sonrisa de los Ángeles?
HaTsedakah.

Hodu l`Ad-nai ke és Bueno
i piadoso su perdonar.


De: Ozineide B.Pinheiro Braga
Poeta de Pernambuco.


Lua nova

Lua nova, lua nova,
lua que D`us acrescente,
Quando fores que vieres,
trazei-me tua semente.

Lua nova , lua nova,
lua que a tudo cura,
Cura em mim essa dor,
dor essa que tanto tortura.

Lua nova , lua nova,
onde meu amor estará,
Amor que tanto procuro
a sombra de teu luar.

Lua nova , lua nova,
não faças esse amor me faltar,
amor que tanto anseio
mas não consigo encontrar.

Lua nova , lua nova,
lua de São Vicente,
Cresça e apareça
e me dê tua semente.

De: Ozineide B.Pinheiro Braga
Poeta de Pernambuco.

Encontro em Natal /RN




Da direita para a esquerda o Profº Nathan Wachtel,o Poeta Manoel Moura,o Poeta Odmar Braga e a SrªEdna Moura esposa do Poeta manoel Moura.



Ode a Odmar

Ao poeta marrano Odmar Braga

Meu preto, novo e velho
Meu amigo, meu CHAVÉR
És um grito que não cala
Uma boca que fala ao outro e ao espelho.

Quinhentos anos não apagaram
A perseguição ao nosso povo
Teus versos arrebataram
Essas lembranças de novo.

Seja aqui, ali ou longe
Onde quer que declamares
Tua poesia é faca é corte
É sabedoria marrana
é silêncio de monge.

Tua verve com força é gravada
Na pedra queimada pelo raio
Da consciência pura e soberba
Dos que forçados foram a negar a fé.

-GRITAS - Sou Judeu-

Manoel Moura filho
Natal-RN,22/12/04-5765

Quinientos de los años

Del Mediterráneo vime un dia
vime pobre y desterrado
y mi sangre que ha viajado
buscando libertad y tolerancia.
He viajado en las noches
He sufrido en los siglos
He penado en el exílio
He encontrado al fin a mis hermanos,
ayslados y olvidados en tierra seca,
sin memória ,sin raíces
por los tiempos de la inquisición .

Son quinientos de los años
que nos separaron en los barcos,
sin rumbo,sin destino y sin salida.
De repente siento una luz
és la emoción del encuentro
son las lágrimas que guardé
despues de tanto tiempo .
Somos los mismos de la gran nación
Sefarad de la diáspora,
en nel Mediterráneo y del Atlántico
somos del Sión.
La gran España nos quemó,
nos echó como perros,

Hoy somos sobrevivientes
de un mundo que ya existió,
pero aun somos muy fuertes,
somos todos dedos de la misma mano,
somos los brazos de un mismo cuerpo,
somos hijos de la misma tradición.

De:Daniel Eduardo Saul
Sefaradi de Curitiba/PR.

Comentário

Odmar Pinheiro Braga,nascido em Recife,é um dos maiores conhecedores das famílias do sertão nordestino descendentes dos cristãos novos da época colonial,e dos costumes que até agora subsistem da tradição marrana.

Ele pratica um gênero poético bastante distinta,uma voz destacada do que se entende como “Movimento Armorial” ,ele se faz exprimir muito diretamente e de maneira variada,tal como a elegia, o épico,voz satírica,oriundos de sua experiência pessoal e sua ardente fé religiosa,fiel a ortodoxia judaica.

Entretanto,ele se possibilita a dar um livre curso a sua inspiração poética, a submetendo a uma elaboração por demais elegante que lhe confere essa rara e bela musicalidade. A jóia do Shabat (sábado) celebrada em família , a ternura das lembranças da infância , a religiosidade oculta dos ancestrais,a memória dos martírios ,imprecações contra os perseguidores a melancolia do exílio e a esperança do retorno.

Os cânticos de Odmar Pinheiro Braga nos fazem separar o sofrimento,os dramas e os momentos de graça na plenitude de sua condição marrana.

Nathan Wachtel
Professeur au College de France
11,place Marcelin Berthelot
75231 Paris cedex 05.

Sefarad I

Daqueles tempos idos me recordo
e de suas lembranças me carrego,
pois sonhando é que busco e que me acordo
na sinagoga de Isaac , el Ciego.

Recordação de Espanha,que me roça
toda alma num passado tão presente:
no lembrar de uma rua de Tortosa
ou no antigo falar de minha gente.

Sefarad é lembrança,é romã doce,
são sementes lançadas mundo afora,
numa gesta que nunca findará.

Sefarad: a amargura sublimou-se
na añoranza que cala e que demora
na saudade que vem e ficará.

De: Virgílio Maia
Poeta da cidade de Fortaleza/CE.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Caminhada na caatinga do vale do Pajeú/PE



O Poeta Odmar Braga em caminhada pela caatinga do vale do Pajeú/Pernambuco.